sábado, 20 de dezembro de 2008

Ontem, amanhã e depois.

Ficámos ontem a saber que vamos defrontar o Atlético de Madrid para os oitavos de final da Liga dos Campeões. Mesmo não alinhando em euforias, constato que, pelos menos teoricamente, valeu a pena ficarmos em primeiro lugar, não obstante termos umas contas a ajustar com a equipa da Baviera.

O Sporting vai defrontar o Bayern de Munique. Com a qualificação para os oitavos de final garantida, um amigo meu sportinguista, nada habituado a essas coisas, surpreendeu-me com uma questão. Perguntou ele: e agora como é que é no sorteio. Pode calhar qualquer equipa? Não consegui dar resposta cabal. E à interjeição de que a minha “equipa ia lá quase todos os anos”, também nada respondi, mas pensei: “isto de ir aos oitavos não é como lavar os dentes, como diz o outro; é como respirar. Tenho umas noções de como se respira, mas não me interessa muito saber como se fazem as trocas gasosas.”

Comentando já o sorteio com esse meu amigo, ao mesmo tempo que ele consultava um blog sportinguista, reparei num comentário que dizia mais ou menos isto: “ainda bem que nos saiu uma equipa forte. Mesmo que possamos perder a eliminatória, podemos aproveitar para aprender alguma coisa.” Não obstante as boas campanhas europeias do Sporting nos últimos anos, julgo que é uma análise realista. Mas é uma análise que nunca se fazer em relação ao FCPorto.

O não ter calhado ao FCPorto um Inter de Milão ou um Chelsea e, ao invés, ter calhado uma equipa que não terá mais do que duas participações na Liga dos Campeões e ainda há pouco tempo militava no segundo escalão espanhol, só vem reforçar a obrigatoriedade e a responsabilidade de Jesualdo Ferreira e da equipa de atingir os quartos de final.

A par do Manchester United, o FCPorto é a equipa que tem mais presenças na mais importante competição de clubes do Mundo. Num dos raros anos que não se fez representar, aproveitou a deixa e venceu uma Taça UEFA. Este ano qualificou-se pela oitava vez para os oitavos de final, sendo a terceira consecutiva. Pela segunda vez consecutiva termina a fase de grupos em primeiro lugar, à frente de equipas como o Liverpool, vencedor em 2005, e Arsenal, finalista vencido em 2006.

Se existir alguma lógica no futebol e se tudo correr dentro da normalidade, o FCPorto de Fevereiro deverá estar mais entrosado e já se falará de uma possível transferência de Givanildo “Hulk” para outro grande europeu. Rodriguez já se terá imposto definitivamente na equipa e Licha já deverá ter contribuído com mais meia dúzia de golos para o primeiro lugar isolado do FCPorto. Sonho? Não. Objectivo.

O futuro começa amanhã.

Amanhã e depois joga-se a possibilidade de o FCPorto conseguir pela primeira vez esta época atingir o primeiro lugar da classificação. À hora que escrevo, diz-me a RTPN que a Académica resistiu ao ataque do Sporting e conquistou um ponto. Quer dizer que o Sporting perdeu dois. Mas vamos ao que interessa.

António Tadeia, no suplemento desportivo do Diário de Notícias - DN Sport, provavelmente depois de ter ouvido Dias Ferreira insurgir-se contra a denominação de “campeão de Inverno”, decidiu baptizar como “campeão de Natal”, a equipa que festejar o aniversário do nascimento de Jesus Cristo em primeiro lugar da tabela. Fez-me o favor, igualmente, de traçar os vários cenários em que Benfica, FCPorto e Leixões podem conseguir o referido título. “Então éssim”:

Benfica: 1.º classificado, 25 pontos, 24 golos marcados, 10 golos sofridos, é campeão de Natal se ganhar ao Nacional, o Leixões não vencer o Estrela da Amadora e o FCPorto não vencer o Marítimo por mais de dois golos; perder com o Nacional, mas o Leixões e o FCPorto não vencerem os seus jogos.

Leixões: 2.ª classificado, 23 pontos, 16 golos marcados e 11 sofridos, é campeão de Natal se ganhar ao Estrela da Amadora amanhã e o Benfica perder com o Nacional na segunda-feira.

FCPorto: 3.º classificado, 23 pontos, 20 golos marcados e 9 sofridos, é campeão de Natal se ganhar ao Marítimo, se o Leixões não ganhar ao Estrela da Amadora e Benfica perder com o Nacional. António Tadeia esqueceu-se de que se o FCPorto ganhar por mais de dois golos e o Benfica empatar, também serve.

O futuro é já amanhã.

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