quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Gala do Eusébio: C'a gala que foi!

Estava eu a lavar a loiça quando começa a gala do Eusébio. E c'a gala que foi!. Cada um dos convidados vinha acompanhado por uma criança vestida a rigor com a camisola 10 do Benfica. Pensei eu: talvez fosse melhor a camisola da selecção, já que estávamos a assistir a uma gala de homenagem a um jogador que permitiu a Portugal fazer um brilharete no Mundial de Inglaterra quase há 50 anos. Mas o pensamento lá passou no meio da lavagem de dois copos. Mas não é que passado um bocadinho, ouço alguém histérico a gritar: Benfica! Benfica! Benfica! Benfica!. Larguei os copos e fui ver quem era (a televisão está virada para a mesa de refeições) e deparei-me com José Augusto a delirar com as suas memórias de há cinquenta anos acompanhado de vultos importantes na vida benfiquista como Pacheco e Abel Xavier. Reparei então que a família benfiquista estava reunida no coliseu de Lisboa a expensas do erário público que é como quem diz da RTP. VERGONHOSO. Se à partida, poderia aceitar uma homenagem a Eusébio como figura ímpar da história do futebol português, não poderei nunca aceitar que tal se torne numa ode ao benfiquismo bacoco e que cheira a mofo. Ainda acredito que haja um benfiquismo decente, mas que anda arredado há muito tempo lá isso anda. E não é a tomada de assalto à televisão do Estado, a fazer lembrar os anos da ditadura fascista e alienante, que vai credibilizar novamente uma instituição que já há muitos anos vive das glórias passadas.