quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

A dignidade da Taça da Liga


O Jogo, sobre o Nacional 2 – FCPorto 1:

“Campeão perdido no meio do nevoeiro:
Dizem que o Nacional ganhou ao FC Porto. A equipa de reportagem de O JOGO confirma o resultado, mas, se nos pedirem provas concretas, já se torna mais difícil. Pois é, tudo devido ao nevoeiro que atingiu a Choupana, mas não a um nevoeiro qualquer. Um nevoeiro daqueles cerrados, capaz de adiar qualquer evento, mas não um jogo de futebol. Na segunda parte, Lucílio Baptista falou com os capitães e até deu a ideia de poder finalmente acabar com o suplício, mas, para espanto geral, deu ordens para continuar o jogo. Da bancada de imprensa até à linha lateral devia haver uma distância de mais ou menos 25 ou 30 metros e foi esta a visibilidade dos jornalistas. Se o jogo se desenrolava pelo meio-campo, ou pela linha lateral mais afastada, já não se via nada. Dentro do campo era possível que os jogadores e os árbitros tivessem melhor visibilidade, mas só o facto de as equipas não optarem pelos passes longos já atesta as deploráveis condições. Coitado de quem pagou bilhete e não viu nada no relvado. O árbitro protegeu os interesses das equipas (?), mas não o dos espectadores."

Muitas vezes se tem afirmado que o FCPorto não reconhece dignidade a esta Taça da Liga, dando como provas de tal facto as convocatórias cheias de jovens jogadores, que, à partida, só teriam possibilidade de jogar na Liga Intercalar. Ora, mas é aí que reside a importância desta competição para o FCPorto: a possibilidade de fazer rodar jovens jogadores em ambientes como o Dragão ou o Estádio da Madeira, numa competição oficial e televisionada.

E por falar em ambiente e televisão, chegamos à conclusão que é a própria Liga a retirar dignidade à Taça da Liga, ao permitir que o jogo decorresse conforme relata O Jogo. Nem os jogadores sentiram o público, nem o público que pagou bilhete viu o jogo, nem a Sporttv fez uma transmissão com a mínima qualidade. Fosse eu assinante da Sporttv e pedia o dinheiro de volta.

Isto fez-me lembrar um episódio que se passou comigo enquanto jogador da bola. Estávamos por volta de 1989/90. Era juvenil e jogava na 2.ª divisão distrital de Lisboa. Os jogos eram ao domingo de manhã. Num desses domingos, estando um nevoeiro cerrado, os capitães foram chamados ao centro do terreno pelo árbitro que disse: “Como podem ver, do meio campo não conseguimos ver as balizas, por isso não pode haver jogo”. Apesar de todos quererem dar uns toques na bola, não houve jogo.

Será que um campeonato de juvenis da 2.ª divisão distrital tem mais dignidade que a Taça da Liga?

1 comentário:

dragao vila pouca disse...

Na última jornada e com tudo em aberto, permitir que jogos envolvendo equipas, que lutam, nas três séries, por um lugar nas meias-finais, sejam disputados a horas e em dias diferentes, não lembra ao Diabo e pode dar lugar a esquemas, arranjos e manipulações, que só servem para tirar prestígio a uma prova, já de si, com um futuro nada brilhante.

Esta Taça da Liga, assim...vai morrer sem honra e sem glória.

Um abraço